Como o público do Latinoware é bem diverso, pode ter alguém por aqui que ainda não esteja tão familiarizado/a com alguns termos bastante usados pela área da tecnologia. Dois desses bem conhecidos são: Open Source e Software livre – o último até mesmo forma o nome do evento.

É importante destacar que, mais que conceitos, o Open Source e o Software livre são movimentos que defendem a liberdade na internet. Além disso, muitos podem pensar que por serem “abertos” e “livres”, são necessariamente gratuitos, mas isso não é verdade. Ou seja, um software pode ser livre e, mesmo assim, existir a necessidade de pagar por ele. Então o que é que diferencia os dois movimentos e por que nem sempre são gratuitos?

Vamos falar sobre esse tema apresentando detalhes de cada um dos movimentos. Mas, primeiro, é importante entender que os dois significam a mesma coisa: softwares lançados sob licenças que garantem um conjunto específico de liberdades (para outros programadores, principalmente).

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Tecnologias que usam Open Source e Software Livre – FOSS

O que é Open Source?

Começamos com o que parece mais complicado: Open Source. Também podemos chamar por tecnologias abertas ou de código aberto. Se traduzirmos o termo, também fica bem semelhante aos nomes anteriores: Fonte aberta. Ou seja, qualquer programador pode modificar um software Open Source para reestruturá-lo como preferir. Pode, inclusive, criar uma ferramenta ou solução com tal software e os vender, desde que seu código permaneça aberto, de acordo com a licença sob a qual foi primeiramente criado.

Portanto, existem diversas licenças que são Open Source, por exemplo: Apache License 2.0; MIT license; Mozilla Public License 2.0 e muitas outras. Por serem muitas, estão separadas aqui pela categoria na qual se inserem. Nesse sentido, para ser uma licença Open Source – e para que o software se inclua nessa licença – é necessário que obedeçam a 10 pontos:

  1. A licença não deve restringir de nenhuma maneira a venda ou distribuição do programa;
  2.  O programa deve incluir seu código fonte;
  3. A licença deve permitir modificações e trabalhos derivados;
  4. Integridade do autor do código fonte;
  5. Não discriminação contra pessoas ou grupos;
  6. Não discriminação contra áreas de atuação;
  7. Os direitos associados ao programa devem ser aplicáveis para todos aqueles cujo o programa é redistribuído;
  8. Licença não específica à um produto;
  9. Licença não restrinja outros programas;
  10. Nenhuma cláusula da licença pode estabelecer uma tecnologia individual, estilo ou interface a ser aplicada no programa.

O originador do Open Source: O Software livre

Desses dois termos, o mais antigo é o Software Livre, utilizado desde meados da década de 1980. Na página Free Software Foundation (FSF – Fundação do Software Livre), uma das primeiras afirmações feitas é sobre a importância de ter o controle da tecnologia. Esse movimento defende que as pessoas controlem as tecnologias usadas em casa, nas escolas e empresas, onde computadores trabalham por benefícios individuais ou comunitários. Portanto, a tecnologia não deve trabalhar para as empresas de softwares, nem para governos que busquem restringir e monitorar os sujeitos.

Seguindo a mesma lógica, o movimento denuncia que, se alguém quiser saber como um programa funciona, fazer cópia e dar a alguém ou colocá-la em outra máquina, essa pessoa pode ser descoberta e multada ou presa. E que concordamos com essas cláusulas muitas vezes sem nem saber, porque somente aceitando esses acordos é que se pode usar softwares privados.

Software aberto e livre: Mais barato, mas não é grátis!

mascote do gnu e linux juntos pelo Open Source e Software Livre.
Da união dos programas GNU e o kernel Linux surge o GNU/Linux (Foto: Divulgação) — Foto: TechTudo

Essa “aversão” ao modo como corporações usam nossas informações causou um afastamento inicial das grandes empresas de tecnologia. Entretanto, percebeu-se que o desenvolvimento tecnológico é mais rápido quando muitas pessoas têm acesso aos códigos. Assim sendo, passou-se a investir também em códigos abertos e, atualmente, é muito raro existir uma empresa que não utilize esse tipo de licença. Até mesmo empresas de código fechado investem em Open Source.

Além de todas essas vantagens (liberdade para o usuário, informação disponível, velocidade para o desenvolvimento) o uso de Software livre também é mais econômico. Isso, porque não é necessário investir em tipos específicos de licença, o que permite investir mais em Tecnologia de Informação.

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